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Início da colheita e IG marcam nova etapa da maçã Fuji de SC

Início da colheita e IG marcam nova etapa da maçã Fuji de SC

Início da colheita e IG marcam nova etapa da maçã Fuji de SC 800 481 Fecam Portal

Depois que a maçã Fuji da Região de São Joaquim ficou mais famosa do que nunca ao conquistar o selo da Indicação Geográfica (IG), muita gente vem se perguntando: qual será o futuro de uma atividade que hoje já sustenta mais de 2.600 famílias de pequenos agricultores, faz do Estado o primeiro produtor nacional da fruta e ainda serve de lastro para 80% da economia de São Joaquim?

A resposta está na ponta da língua do prefeito do município, Giovani Nunes, que na quinta-feira passada (17/3) participou da cerimônia de abertura da colheita da Fuji juntamente com várias autoridades políticas e técnicas. O evento foi realizado na sede da Estação Experimental da Epagri de São Joaquim.
Para Giovani, o futuro da Fuji está relacionado à industrialização da fruta, aos investimentos que deverão ser feitos em cada produto derivado dela, e à parceria dos produtores e prefeituras com órgãos governamentais estaduais e federais, bem como empresas interessadas.

Hoje, a Fuji já é usada para processar suco, vinagre, vinho, geleia, maçã desidratada para chá, polpa para alimentos infantis, iogurtes e até chips. A polpa se faz presente em várias marcas de extrato de tomate e, na indústria cosmética, em perfumes.

“Pode se aproveitar tudo nela”, assegura o prefeito, ciente de que, entre várias possibilidades, o setor cosmético do país dispõe de tecnologia para fabricar xampus, máscaras refrescantes e condicionadores com base na fruta. Diante de suas inúmeras qualidades, não espanta que o Ministério do Meio Ambiente considere a Fuji como uma das frutas do futuro.

Rússia importou nossas maçãs – Na mesma cerimônia, o secretário Altair Silva da Agricultura, da Pesca e do Desenvolvimento Rural de Santa Catarina, exaltou a pujança do segmento. “Em 2021 tivemos um aumento de 98% no aumento da produção em relação a 2021, chegando a 35,8 milhões de toneladas – 25 toneladas das quais para a Rússia – e exportamos 32,8 milhões de dólares”. Comprometeu-se também a conversar com o governador Carlos Moisés a respeito da necessidade dos produtores de obterem suporte financeiro e técnico para a implantação do selo da IG, cujo deferimento, pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) ocorreu em 3 de agosto de 2021.

É bem verdade que a colheita que inicia agora, e que se estende até meados de maio, registra uma quebra variando de 15 a 20% em relação à safra anterior. Culpa dos temporais de granizo que atingiram os pomares dos seis municípios incluídos na Região da Maçã Fuji: São Joaquim, Urupema, Urubici, Bom Jardim da Serra e Painel, totalizando uma área de 4.928 km².

Para a presidente da Epagri, Edilene Steinwandter, no entanto, é preciso comemorar o fato de que o evento realizado na Epagri na quinta-feira foi, na verdade, o lançamento de uma “segunda colheita” da Fugi em poucos meses. A primeira, de acordo com a engenheira agrônoma, aconteceu na obtenção do selo da IG, em agosto de 2021. A segunda se dá agora, no início da colheita propriamente.

Texto Imara Stallbaum
Fotos: Antonio Carlos Mafalda